Li isto, sem acreditar. A Câmara Municipal de Lisboa passou para a embaixada da Rússia os nomes recolhidos de três promotores de uma manifestação de apoio a um opositor de Putin. Fizeram isto, segundo se diz, ao abrigo de um decreto de 1974 e como preenchimento de uma tarefa que incumbia aos governos civis até à sua extinção. Mas foi só a Câmara de Lisboa, segundo consta.
Como se não bastasse o frete de espionagem feito a favor da Rússia (que nem precisa de espiões por aqui), a coisa multiplicou-se pela informação completa relativa aos activistas e responsáveis por movimentos contra as "democracias" da China, Venezuela, Israel e nem sei mais quais.
Chamam a isto "protecção de dados"? Só se for aos dados com que se joga o póker!
É claro que se pede desculpa do "erro" repetido, como também se torna claro o clamor silencioso do primeiro-ministro, cujo se esconde no meio da banda partidária do poder, enquanto esta toca a sinfonia de apoio ao maestro e ao desafinado que estraga a partitura.
Há demissão do responsável chefe do executivo? Não, porque a coisa terá passado (vão ver!) por um contínuo da secretaria; e homens com carácter como o do Dr. Jorge Coelho, contam-se pelos dedos.
As "democracias" que receberam o bónus da informação poupam em espionagem. Os espiões nem são precisos em Portugal, porque há por aqui quem faça o serviço a título gratuito, presumo eu.