Já devem ter reparado os leitores que eu não me pronuncio sobre a campanha eleitoral em curso, nem aproveito este período para criticar Governo ou Oposição, mantendo uma neutralidade ainda mais rigorosa que a de Portugal no período da II Guerra Mundial.
Por isso, nem hoje rompo o compromisso. No entanto, não posso deixar escapar uma palavra dita de forma acintosa por uma atleta de palmarés olímpico durante a campanha do atual primeiro-ministro, que o diz apoiar com todo o direito que lhe assiste como cidadã livre.
Tudo estaria bem, a campanha decorreria com mais ou menos atropelos de linguagem (porque de promessas, no geral, não faltam) não fosse ela acoimar de “Nazizinho” ao dirigente do atual partido da Oposição. Ou seja, para além de o tratar como “nazi”, ainda empregou o diminutivo para o reduzir a um tamanho inferior, porque não vejo no “inho” um tratamento de carinho. Não deixa de ser um insulto. Sim, um verdadeiro insulto, mais apropriado a um hirsuto encostado a um balcão depois de beber uma boa soma de cálices da “rija”.
Com aquele dito, que só muito poucos gostaram de ouvir (nem o próprio candidato apoiado parece ter apreciado a coisa, para além da ginjinha que bebeu quando lhe foi posta a questão), a atleta Rosa Mota perdeu esta maratona do decoro e entrou no linguajar populacho. Por muito que tenha a apontar ao dito candidato, que foi presidente da Câmara Municipal do Porto, não é em público que se lança uma calúnia deste género. Pode-se inferir que a Rosa abriu o baile dos ditos e achincalhes malévolos, que não dignificam quem os diz e as hostes de quem pretendem apoiar. A palavra boa unge e a má punge. Que lhe preste!
Quem me conhece sabe que não gosto que chamem nomes soezes, assanhados ou outras xenofobias a António Costa, conforme já vim a este blog explicar. Detesto que a política penetre na honra pessoal dos candidatos, principalmente quando tal não corresponde à sua boa dignidade.