segunda-feira, 13 de maio de 2019

O NOVO ACORDO HORTO-GRÁFICO


Já todos os que visitaram este espaço perceberam que eu não enxergo, nem pintado, o Novo Acordo Ortográfico. Tal é o meu desamor, que até o grafo, a maior parte das vezes que sobre ele vomito texto, como Novo Acordo Horto-gráfico. Nele, a “semeadura” de alterações, tal a que acontece nos hortos, foi substantiva, talvez para mostrar serviço e justificar as ajudas de custo dos próceres.
Para bem dizer, aguardo ansiosamente que almas caridosas da Língua mandem aquilo para a reciclagem. Se é que se pode reciclar tal matéria altamente tóxica. O melhor é fazerem-lhe um buraco e colocarem-lhe um dólmen por cima.
Até lá, ainda com metáforas para ilustrar a coisa, aquele dito NAO (ou NAH, na minha versão) não passa de um chafurdo com ares de pântano.
Embora a sabedoria popular assegure que ninguém morre na véspera, este acordo já morreu antes de o matarem. Pela minha parte, por esse passamento, nem luto deito.
A coisa foi imposta por decreto, há quem diga que nem há volta a dar. Nem sequer foi sufragada uma questão de tão grande amplitude, e não há como voltar atrás? Os vendilhões da língua, repimpados na sua sabedoria venal, doutoral e professoral, decidiram fazer aquela bacorada, e temos de a escrever? Colocaram-se de cócoras perante os dialectos de além-mar, adaptaram a escrita aos ditames de povos que já assim escreviam porque assim falavam, e vamos imitá-los?
Borraram a escrita toda. Com o tal decreto, obrigando a seguir a traição linguística, a governança política, entusiasmada com tanta “sapiência” – tristes dos sabidos se não fossem os tolos – deixou para futuro uma pusilânime paranóia que agora não se sabe como remediar, uma vez que muitos aprenderam a escrever aqueles aleijões. É como querer endireitar a sombra da vara torta.
Sinceramente, não há pachorra!...

1 comentário: