Já todos os que visitaram este espaço perceberam
que eu não enxergo, nem pintado, o Novo Acordo Ortográfico. Tal é o meu
desamor, que até o grafo, a maior parte das vezes que sobre ele vomito texto,
como Novo Acordo Horto-gráfico. Nele, a “semeadura” de alterações, tal a que acontece
nos hortos, foi substantiva, talvez para mostrar serviço e justificar as ajudas
de custo dos próceres.
Para bem dizer, aguardo ansiosamente que almas
caridosas da Língua mandem aquilo para a reciclagem. Se é que se pode reciclar
tal matéria altamente tóxica. O melhor é fazerem-lhe um buraco e colocarem-lhe
um dólmen por cima.
Até lá, ainda com metáforas para ilustrar a coisa,
aquele dito NAO (ou NAH, na minha versão) não passa de um chafurdo com ares de
pântano.
Embora a sabedoria popular assegure que ninguém
morre na véspera, este acordo já morreu antes de o matarem. Pela minha parte,
por esse passamento, nem luto deito.
A coisa foi imposta por decreto, há quem diga que
nem há volta a dar. Nem sequer foi sufragada uma questão de tão grande
amplitude, e não há como voltar atrás? Os vendilhões da língua, repimpados na
sua sabedoria venal, doutoral e professoral, decidiram fazer aquela bacorada, e
temos de a escrever? Colocaram-se de cócoras perante os dialectos de além-mar,
adaptaram a escrita aos ditames de povos que já assim escreviam porque assim falavam, e vamos
imitá-los?
Borraram a escrita toda. Com o tal decreto,
obrigando a seguir a traição linguística, a governança política, entusiasmada
com tanta “sapiência” – tristes dos sabidos se não fossem os tolos – deixou
para futuro uma pusilânime paranóia que agora não se sabe como remediar, uma
vez que muitos aprenderam a escrever aqueles aleijões. É como querer endireitar
a sombra da vara torta.
Sinceramente, não há pachorra!...
100% de acordo!
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