domingo, 24 de maio de 2020

NO TEMPO EM QUE O VÍRUS NÃO ERA ESTE


Ao procurar um livro na minha estante, encontrei esta edição de Cesário Verde, na qual participei como ilustrador da capa e contra-capa.
Por solicitação do editor (MEL), fiz este trabalho em aguarela, em 2001, para um volume de 232 páginas, cartonado e impresso em papel creme de boa gramagem. O conjunto destas duas ilustrações foi também impresso nas guardas da capa e contra-capa, numa montagem com um dos manuscritos do poeta.
Numa altura em que, por motivos de saúde não se permitem ajuntamentos e se propõe guardar as distâncias entre as pessoas (e bem), o desenho que fiz para a contra-capa pretende corresponder ao convívio que a poesia de finais do séc. XIX pretendia dar, sem confinamento, sem máscaras.
A questão que coloco - e talvez Bandarra soubesse vaticinar - será para saber até quando estamos sob a ameaça deste Covid, o qual parece não apreciar o "convívio" humano. Talvez, pensando melhor, se calhar até aprecia, para passar de uns para outros e contagiar. Se o destino do micróbio neste drama não é um fadário, o nosso, é.
Uma vez que falei no livro, imponho as imagens dessas ilustrações, designadamente a que saiu na contra-capa com uma estrofe da poesia "De Tarde" do "Livro de Cesário Verde", sobre um pic-nic.








Sem comentários:

Enviar um comentário