sábado, 10 de novembro de 2018

ENCICLOPÉDIA ALEGRE DE BRUXAS (1)


Só o vou dizer uma vez, e é desta. Os textos a seguir e que se seguirão, na linha enciclopédica de A a Z, saem do bestunto febril do proprietário ou inquilino da chafarica. Como o blog tem uma assiduidade de visitas comparada à dos esquimós num concerto de ópera, tanto serve para um ou dois amigos retirarem alguns sorrisos e confirmarem, segundo o rifão, o modo de se fazem colheres quando há vagar, como para se fazer sobressair o mau gosto de assunto exótico que se devia guardar como aqueles cromos em caixas por baixo da cama.
Não vá esquecido o aviso: não tentem estas habilidades ou experiências lá em casa. E, sobretudo, não levem a coisa muito a sério, porque lá diz o ditado que "há sempre feira quando o tolo desce à eira".
De qualquer forma, se não esmorecer o entusiasmo, mesmo não sendo lido o que se coloca nesta montra, servirá para arquivo. E mais não digo.

ABELHARUS. Feitiço inventado pela ficcionista de Harry Potter, faz com que de uma varinha mágica ou enfeitiçadora saia um enxame de abelhas, as quais podem até atacar o feiticeiro, pelo que na dita escola de Hogwarts é ensinado aos alunos do 4º ano o “modus operandi” da coisa. Tal feitiço deve ser feito, por estes ditos e à noite nas camaratas, vestidos apenas com trusses (ou sungas) azuis às riscas para taparem as vergonhas.
É claro que o poder se encontra na varinha de carvalho, capaz de fazer com que o dito enxame se transforme em creme, prontinho a ser vendido com a astúcia do vendedor da banha da cobra; ou, para ser mais preciso, transformá-las em mel, vendidas com o rótulo “abelharus”, o puro mel de carvalho. Sim, repito, das abelhas, porque nem se precisa recorrer à física quântica para se ficar a saber que as abelhas também produzem mel (tal como das uvas, o vinho).

ABONO DE FAMÍLIA. Forma de assistência que é enquadrada no esquema de segurança social, a que as bruxas não têm acesso (pelo menos, com o cartão profissional que seria suposto terem, para além do número de contribuinte, a que ninguém escapa). Também não precisam, porque o Diabo é a sua Segurança Social. Enfim, tal como ao comum dos portugueses, às vezes até parece que a Segurança Social é o diabo. Ou vice-versa, ponto final parágrafo.

ABRACADABRA. É uma palavra de origem cabalística formada por letras dispostas em pirâmide de seis linhas.
Com este título há uma comédia que passou ao cinema dirigida por Kenny Ortega. Narra a história de 3 bruxas que têm a (in)felicidade de serem transportadas até ao séc. XX, tendo de enfrentar três crianças e um gato palrador, que são o cabo do trabalhos.
O cinema aproveitou este vocábulo da cabala para apresentar três bruxinhas num filme de 1993, ele próprio intitulado "Abracadabra". As ditas bruxinhas Winnie, Sarah e Mary era interpretadas por Bette Midler, Kathy Najimy e Sarah Jessica, que nem sequer metiam susto a uma criança de mama e que parece terem sido adquiridas num leilão do OLX; melhor papel fez a "Malévola" de Walt Disney.
Abracadabra também deve ser utilizado por alguns treinadores para efectuarem a chamada limpeza de balneário, enquanto os dirigentes dos clubes, depois de utilizarem um ábaco para fazerem contas, também “limpam” os treinadores da folha de ordenados e salários, depois de tudo se saber pelas capas dos jornais do costume.

(Com o patrocínio do autor do blog Bandarra-Bandurra – que é o mesmo – o qual começou com estas idiotices)

2 comentários:

  1. Pela álgida madrugada sinto-me como um esquimó que ficou com o sorriso congelado da primeira à última palavra. Ouço na rádio,em fundo, uma canção brasileira, cujo refrão é "Lança Perfume".Aqui espalha-se talento. Nova palavra de ordem: Santos Costa e um romance de grande fôlego

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    1. Caríssimo companheiro das lides literárias

      Toda a criação envolve entrega e disposição. Como na letra da canção "Lança Perfume", a escrita "me vira de ponta a cabeça e me faz de gato e sapato".
      Este blog em particular sofre da solidão porque o seu autor não força coisa alguma: lança a maquineta pela ladeira abaixo e ela que se vire. Isto significa que não recorro - nunca recorri - ao Googlebot para o colocar na pesquisa automática e robotizado daquele motor de busca, processo que faz descobrir páginas novas e as suas actualizações.
      E há truques que fazem com que os blogs fiquem no início das pesquisas, na primeira página, mas nem estou interessado nesse pormenor.
      Os poucos que vêm aqui, bastam.
      No caso deste dicionário - tenho alguns do género, a virar pelo humor, como o caso doa Enciclopédia Alegre de Impostos -, o mesmo serve para tratar assuntos que fazem parte de algum folclore popular, para exorcizar medos e outros avatares.

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