domingo, 2 de maio de 2021

ZMAR, ZMONTE e ZCOSTA

 

O título que apliquei podia vir como cabeçalho de um folheto propagandístico para possíveis compradores e veraneantes daquele empreendimento de férias em Odemira, geograficamente no Z da Zambujeira do Mar, à beira mar plantado. Mar, monte e costa marítima estão perfeitos para o empreendimento e grupo, mas o Zcosta – com todo o respeito pelo primeiro-ministro António Costa - foi o accionista que entrou à última hora para requisitar as casas de madeira, no sentido de alojar migrantes que delas necessitam.

Eu sei que a Zcalamidade assim obriga, porque há lá uma grande comunidade de Zmigrantes, grande percentagem dos quais infectados com Covid, também graças às precárias condições de alojamento que encontraram. Não me parece que a maioria dos empregadores dos migrantes esteja preocupada em arranjar casa para os seus tarefeiros. Lá está o resort (sem sorte) à disposição para hospital, enfermaria e campanha sanitária. Tudo isto apontado, naquilo a que dão o nome de Zvilla, com casas de dois ou 3 quartos, lago e piscinas privativas. Só o valor no condomínio de cada uma leva, aos particulares proprietários, 213 ou 263 euros por mês, com IVA incluído.

Curiosamente, mesmo em insolvência, a Zmonte (ou a Zmar) mantém o assédio aos possíveis compradores em site da internet, onde oferece: “surpreenda a sua família com uma casa de férias perto das praias do Litoral Alentejano, com acesso às infraestruturas do nosso Eco Resort e que ainda pode rentabilizar ao longo do ano, alugando-a”.

Para uso ou rentabilização, as mais baratas custam desde 49.000 euros até às mais caras, desde 74.400 euros.

Assim sendo, sem entrar na aquisição, os requisitantes civis, a exemplo das repartições públicas, vão entrar ali pela chamada “porta do cavalo”, uma entrada que geralmente tem um letreiro a avisar que é para uso exclusivo do pessoal ao serviço, mas por onde entram os amigos sem senha de atendimento.

Por um lado, o Zcosta – com todo o respeito pelo primeiro-ministro António Costa - estriba-se na circunstância de calamidade e, com razão, afirmando que é uma questão de direitos humanos tal requisição civil, que até é legal; por outro lado, onde estão os direitos humanos quando há lá casas com proprietários (que não são Zmonte ou Zmar) que as pagaram e têm direito de alugar ou usufruir?

Sem querer meter política nisto, porque é propriedade privada, não deixarão os ditos proprietários de proferir, no caso, que os malefícios são feitos com a mão esquerda, uma vez que todo o cristão se benze com a mão direita.

Tenho de dizer que não queria ser juiz nesta causa com tão grande Zinterrogação. Para os governantes imaginativos, com tantos Zês, nunca faltam soluções: há calamidade? Zás!

2 comentários:

  1. O confinamento não esmoreceu a veia e muito menos a vista nos tiros certeiros. Parabens
    Grande abraço e boas cavalarias...

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Obrigado, amigo Corte.
      São tantas as oportunidades que se oferecem, neste País, para cavalgar as perplexidades que vão aparecendo, que não há, da minha parte, nem tempo nem engenho, para as aproveitar todas; só algumas.

      Eliminar