quinta-feira, 4 de março de 2021

A VACA QUE VOA E A BAZUCA

Tal como a linguagem dos contrabandistas quadrasenhos (Sabugal) ou dos pedreiros de Moreira de Rei (Trancoso), de entre outras não entendidas pelos leigos estranhos ao círculo da candonga ou da arte da pedra, o linguajar e o palavreado de alguns políticos também não é perceptível por qualquer letrado e muito menos por quem votou neles, julgando que eram santos de altar e não de carne e osso.

A linguagem de alguns políticos deve ter um alfabeto próprio, pois dizem hoje uma coisa e depois dizem que disseram o contrário. Ao escreverem, principalmente quando debitam a legislação, fazem-no de forma a ser apenas perceptível em tribunal, com as interpretações díspares de cada uma das partes.  Principalmente das partes com advogados, que se pelam por catar vírgulas, sinónimos e antónimos nos arranjos florais da coisa. É uma escrita tebana e não consta que esteja submetida a algum acordo ortográfico, como aquele que levaram a letra de lei e eu teimo em não cumprir.

Por isso, quando os políticos empregam metáforas interessantes, como a das vacas voadoras e bazucas, não sei se eles as propõem como metáforas, analogias ou em sentido literal. Há quem fique a perceber o mesmo e também há quem não perceba o significado, tal como eu não entendo o porquê das abóboras no dia das bruxas. Acho graça à coisa e estou convencido que o Zé votante, por uma única vez, fica consciente que os políticos são mesmo de carne e osso e não santos... da costa.

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