Tendo certo fidalgo umas diferenças com um lavrador, quis tirar-lhe
da mão um pau que trazia, para lhe dar com ele;
porém, o lavrador recusando-se, disse-lhe:
- Busque vossemecê outro, que este não lhe faltará que
fazer.
Capacito-me que andam para aí uns fidalgos a pedirem o pau
ao povo para lhe amolgarem as costas com ele. Quem diz o pau, diz impostos e
alcavalas, derramas e outras mamas, se não outros ardis cobrados por terceiros
para os cofres da coisa pública (de que nem o público goza), tudo para
derrancar o pagante sem que este diga “chega”.
Não sei por que razão me deu para escrever isto em dia de
Natal, mas tenho para mim que este aviso vai em forma de presente para alguém –
algum fidalgo – o desembrulhar.
Sem comentários:
Enviar um comentário