quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

QUANTO VALE UM PORTUGUÊS?

 

Neste final de 2020, ano que decorreu sob a maldição do vírus que nem ouso pronunciar o nome, perpassam em mim algumas perplexidades que nem sei se verei esclarecidas e que intitulei, principalmente por uma delas, “quanto vale um Português?”. E é por esta que começo.

O Estado português vai indemnizar em mais de 800 mil euros a família do cidadão ucraniano morto em Março sob custódia do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF). No meu entender, é feita justiça compensatória para com a família da vítima, porque nem está nem se deve pôr em causa o valor, dado que sou de opinião que a vida humana não tem preço. A questão que coloco é esta: e no caso de a vítima ser cidadão português, quando casos idênticos ou semelhantes ocorram em Portugal? Qual o valor que irão receber as famílias dos militares mortos naqueles fatídicos treinos dos Comandos? E os que perecem nos incêndios, encaminhados por incúria de informação para uma estrada envolta em chamas? Não há aqui também uma causa pública e institucional que conduziu a esses desfechos trágicos? 

Miguel Oliveira, motociclista e vencedor de dois grande prémios de Moto GP, para além de 8 corridas terminadas entre os 6 primeiros lugares, um dos melhores pilotos de mota em Portugal, não tem carta de condução de mota.

A ministra da Justiça nomeou para procurador europeu na Procuradoria da União Europeia (UE), órgão independente de combate à fraude, um magistrado português, indicando-o com a categoria de “procurador-geral adjunto” quando, segundo os media, não teve essa função; pior ainda, quando foi preterida outra candidata, responsável no Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP), que foi a melhor posicionada pelo júri internacional para o cargo.

Quando a TAP está na situação em que está, cabe na cabeça de alguém que os seus gestores, independente de acumularem ou não cargos, sejam aumentados nos seus vencimentos da maneira como foram? E isso quando se sabe que o apertar do cinto na companhia obriga a despedimentos e a redução de ordenados?

A juntar a isto, quero dizer aos leitores deste espaço que, na sequência do post anterior sobre aquilo a que chamaram uma montaria “à espanhola”, escrevi ao Sr. Embaixador de Espanha em Lisboa, no sentido de lhe sugerir que, em nome do seu país, pedisse desculpas ao Governo e ao Povo Português por ter sido tal mortandade organizada e conduzida, à margem das leis da União Europeia e cometida num outro estado membro, por uma empresa espanhola, sediada em Badajoz. A carta seguiu no mesmo dia do post, o qual podem verificar, lendo-o.

Disse-lhe que eu o faria, se estivesse no lugar dele, mas não percebo nada de protocolos, porque nem o protocolo recomendará que eu obtivesse uma resposta de aprovação, desaprovação ou de encaminhamento. Por isso, até agora, a não tive.

Se calhar, o que disse atrás e o que escrevi não corresponde à realidade, talvez porque eu tenha lido ou interpretado mal, bem como a ousadia de escrever a um alto representante de estado soberano com sugestões que nem lhe passaram pela cabeça. Sei lá!...

Tenham um bom Ano de 2021 e cada um faça por ser feliz e fazer feliz os demais.

quinta-feira, 24 de dezembro de 2020

MONTARIAS, PONTARIAS E PORCARIAS

 

Canalhas que pagam o que pagam e os que organizam uma coisa que se chamará pontaria em vez de montaria como esta que aconteceu numa herdade que se diz Torre Bela na Azambuja, não são caçadores, são terroristas. E deviam ser julgados como tal.

Chacinarem 540 animais (entre veados, gamos e javalis), encurralados por muros numa herdade herdada dos tempos da monarquia, não é próprio de quem protege a Natureza, antes a viola da forma mais abjecta.

Dizem que são de Espanha ou do raio que os parta. Não interessa. Desta vez não terá estado o deposto rei, talvez porque a caça era grossa, mas não havia elefantes. Os atiradores “ao alvo” encurralado e indiscriminado não fazem parte de gente que eu considero. Nem de gente que eu respeite. Por isso, não retiro o que lhes chamei a abrir.

Para mim, nem herdade, nem caça, nem painéis fotovoltaicos. No meu entender, cidadão de país soberano e mais republicano, era apenas julgamento em tribunal e penalizações até dizer chega, incluindo os organismos que deram o parecer relaxado para o crime se operar.

Também não vou ao ponto de dizer, como já li, que lhes deviam fazer o mesmo, porque seria semelhante a eles e não estou em tal desnível como ser humano.

Mais não digo, porque a raiva me impede de escrever.

sexta-feira, 27 de novembro de 2020

LÁGRIMAS DE QUÊ?

 

Não aprecio muito vir a este blog com um assunto já aqui abordado. Faço-o hoje porque li a notícia que narra ter a primeira-ministra dinamarquesa Mette Frederiksen  deitado umas lágrimas e pedido desculpa pela sua gestão da pandemia, principalmente pelo abate de milhares de visons.

Foi por pena daquelas vidas, que estariam de qualquer forma condenadas a darem a pele? Ou pelo prejuízo que deu tal abate dos milhões de visons criados para o efeito nas 1.139 quintas?

Durante o discurso e choradeira, a senhora mantinha na gola uma espécie de pele, suponho que seja sintética.

O maior importador daquele mercado é a China, imaginem! Talvez aí sejam preparadas as peles dos casacos e carteiras que as grandes marcas vendem à extrema riqueza mundial, a qual, por sua vez, chorará por haver falta de material para os seus adornos e sinais exteriores de vaidade.

Estes nórdicos são muito sensíveis!... É melhor ficar por aqui.

quinta-feira, 26 de novembro de 2020

O COW-BOY QUE CAIU DO CAVALO

O "ainda" presidente dos Estados Unidos da América não me mereceu, neste blog, mais do que um comentário anterior, onde utilizei o mesmo cartoon que hoje exibo. Não foi porque não deixasse de fornecer matéria para isso, tal a imensa colecção de partes gagas e trapalhices por ele cometidas, mas por respeito para com a generalidade do povo americano.

Política à parte - tanto me faz estar lá A como B, burros ou elefantes, democratas ou republicanos – embora saiba que a política norte-americana tem muita influência no Mundo de hoje (principalmente na Europa) abstive-me de comentar a série de avanços, recuos, mentiras e demais tropelias que saíram deste ocupante da chamada Sala Oval. Apenas me ficou a imagem do dito senhor a colocar a sua assinatura em decretos como se estivesse a desenhar cartazes, à guisa de parangonas que depois exibia perante as câmaras de televisão.

Se houve influência da Rússia na sua eleição, há quatro anos, não tenho a certeza, mas não me custa a acreditar que assim tenha sido. A Rússia, que voltou a ser soviética, quis ajudar a colocar no poder americano alguém que fragilizasse a potência adversária através do ridículo. E conseguiu-o.

O senhor presidente em causa tanto esporeou a montada que acabou por saltar pelas orelhas desta. Mesmo no chão, o dito (presidente e não o cavalo) ainda acredita que está sobre a sela, em plena cavalgada. Já nem é merecedor de raiva, mas de dó. Em dó menor, entenda-se.

domingo, 22 de novembro de 2020

LICENÇA PARA TUTOR


 

 Esta coisa da pandemia faz com que alguns aproveitem a "pandeladra" dos canídeos para poderem sair à rua em horas de confinamento (e não são poucas). Têm um cão de quem são tutores ou donos e, se já saíam antes com eles, agora saem muito mais.

Como não possuo cão, nem há negócio de aluguer desse ramo, cá fico a correr os dedos pelo teclado e a colocar as meninges em funcionamento.

Há um bom amigo meu que passa à minha porta com o seu cão, cujo nome (fictício para o caso) é Mascarilha. Isso deu-me para pensar – e quem pensa, segundo as regras da gramática, pensa alguma coisa – arranjei uma espécie de silogismo para classificar a legalidade inquestionável da situação. Vai daí, mandei uma mensagem ao felizardo que assim adquire carta branca para sair do “convento”. Foi esta…

O Mascarilha pode andar na rua, o meu amigo não. Ou seja: para o meu amigo andar na rua, tem de ser levado pelo Mascarilha. Pensando bem, suponho que o Mascarilha tenha de ter licença para ter o meu amigo”.

Ao fim e ao cabo, os dois apareceram mascarados: o Mascarilha com aquela espécie de máscara natural nos olhos; o meu amigo com a máscara abaixo deles.