segunda-feira, 8 de outubro de 2018

ESTREMADURAS E EXTREMAS DURAS


Evoque-se Santa Catarina, advogada de boa memória, para que se resolvam questões que passaram ou estão para passar décadas sobre os casos abertos, reabertos e escancarados.
Uma estremedura é um limite, uma fronteira. Uma extrema dura é qualquer coisa que se compara a um extremismo exacerbado.
Sim, revolvo o caso falado, rebatido e que anda cantado de outeiro a outeiro, possivelmente em cantigas-de-cego se ainda fosse costume, sobre o que andou a fazer Ronaldo pelas américas e com uma determinada americana, a qual, diga-se a verdade, demorou nove anos a acordar de uma letargia paga, depois de sacudida por um movimento que se apelida de Me Too.
Não sei o que se passou, não faço como a cunhada da outra que poria as mãos no fogo pela dita ou pelo dito. Apenas estranho.
Há uma onda que começou justamente por todas aquelas que sofreram ataques sexuais de poderosos, nalguma maioria de casos pelo poder que os desalmados tinham sobre elas. De repente, tudo acordou, passados não sei quantas décadas, como foi o caso das supostas ou verídicas tentativas de violação do juiz americano. É um ver se te avias! Os advogados "yankes" andam a farejar esta clientela com igual ou maior denodo do que o Diabo atrás das almas.
O centro da “coisa” é a América, onde acontecem coisas mirabolantes, patranhas e artimanhas, outras tão gritantes como o tamanho do Grand Cayon e outros muitos brados que cabem no cu do lobo, como se costuma dizer na aldeia.
Haja bom senso. Leve-se ao pretório e à barra da Justiça quem abusou, mas não se abuse de delações e queixas com base em suposições. Este clamadouro entrou na moda, leva na enxurrada quem serviu para se servir. Depois do Me Too, os ditos violadores serão apontados nestas ritualidades jurídicas e apelidados como You Too. Até lá, estas achas entram na fogueira que os advogados pretendem acesa para puxarem as suas brasas (e que brasas!), ainda para alumiarem a vaga do povo leitor e ouvidor dos media, à míngua de outras ocupações para consumirem os dias.
Um ditado medieval vem dizer-nos que “muita zoada é sinal de pouca cousa”, ou ainda esse mais contemporâneo que avisa: “muito trovão é sinal de pouca chuva”. A questão aqui nem é de zoada nem de trovão. É uma questão de dinheiro, não só em cifras idênticas àquele que comprou o silêncio durante quase uma década, como  o que  (tudo o indica) se pretende para colocar uma pedra sobre o assunto; só que, desta vez, com advogados na coisa, a parada sobe muito mais alto.

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