quinta-feira, 16 de maio de 2019

TÍTULOS QUE NÃO LEMBRAM AO DIABO


A editora Maria do Rosário Pedreira levou hoje ao seu blog aqui um tema interessante, o qual aborda um coleccionador de capas de livros com títulos esquisitos. Um coleccionador que é bibliotecário canadiano. Pode parecer esquisito uma colecção deste género de perplexidades, mas o certo é que tais etiquetas saíram impressas para as livrarias. Tal como as mulheres da vida atraem os clientes exibindo a perna até à cintura ou mesmo o rabiosque, muitas destas literaturas usam estes rótulos para aliciarem o leitor.
Colocar um título numa obra não é assim tão fácil como parece. É o rosto da obra: ou apela ao interesse do leitor ou ao seu repúdio. Há autores que começam uma obra escrevendo primeiramente o título, sendo que este até pode criar um tema para o enredo; há outros que escolhem o título através de uma frase ou de um diálogo do miolo; há ainda aqueles que passam dias a magicar como hão-de titular o livro, sendo que surgem os rótulos em catadupa diária, sucessivamente mandados para a reciclagem antes da aprovação de um.
Se querem títulos malucos, pesquisem na internet como "títulos esquisitos de livros", batendo à porta do professor Google. Tal como as ratazanas, há às centenas.
Eis alguns:
"Aprendendo a Brincar com Testículos de Leões", de Melissa Heynes (Learning To Play with a Lion's Testicles) - esta é daquelas aprendizagens  sobre virilidade animal que se devem evitar... e não só com os testículos (os testítulos) do bicho
"Se Deus me ama, por que não consigo abrir o meu armário?", de Lorraine Peterson (If God Loves Me, Why Can't I get My Locker Open?) - e esta, se perdeu a chave, resolvia com uma oração a Santo António
Ou ainda esta parvoíce pegada
"Como Aumentar o teu Q.I. comendo crianças superdotadas", de Lewis Burke Frumkes (How to Raise Your I.Q. by Eating Gifted Children) - nem quero saber o que este alarve comerá ao pequeno almoço. Merecia um pontapé no traseiro…
“Ensine a Sua Esposa a Ser uma Viúva”, de Donald Rogers (Teach Your Wife to be a Widow) – este Rogers deve ter ensinado a dele, sendo que a primeira lição seria ficar viúva e casar outra vez.
“Guia Para Principiantes do Sexo na Vida Após a Morte”, de David Staume (The Beginer’s to Sex In the Afterlife) – pode ser um compêndio para fins sepulcrais,porém parece ser mais um guia para justificar o sexo dos anjos
"Como assaltar bancos sem violência", de Roderic  Knowles (How to Rob Banks Without Violence) – uma obra deste género – ou talvez esta – tenha siso leitura de mesa de cabeceira para muitos banqueiros e homens de negócio, naturalmente e segundo os próprios, com intuitos altruístas
“Como defecar na floresta”, de Kathleen Meyer (How to Shit in the Woods) – outro guia de sordidez que não vem ensinar nada, uma vez que a lição mais importante é como substituir o papel higiénico no local; ou ainda, não fumar enquanto se defeca na mata
“Como fazer xixi de pé”, de Anna Skinner (How to Pee Standing Up) – ensinamentos que a autora devia ter recolhido da bisavó, simplesmente alargando as pernas e aí vai disto! Mas a quem interessa saber como fazer xixi de pé ou de cócoras?
“As mulheres são humanas?”, de Catherine MacKinnon (Are Whoman Human?) –escrito por uma mulher desobrigada do ser, será que ela se considerava tal e qual?
Enfim! Vendo uma obra com tais letreiros, quem não tem curiosidade de abrir para dar "uma olhada"?

2 comentários:

  1. Intriga-me a qualidade do casamento do Sr. Donald Rogers para conceber um tal título.

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    1. Leva-me a crer, Luan, que o Donald Rogers pretendeu escrever um manual para que os maridos ensinassem as suas esposas a gerirem a casa, seguros de vida, investimentos e impostos após o falecimento deles. Isto significaria que os maridos também pretendiam que as mulheres "continuassem" viúvas.
      O livro foi publicado em 1953, altura em que a mulher, mesmo nos Estados Unidos, tinha uma posição submissa em relação ao companheiro. Uma das primeiras capas do livro, exibe uma gravura em que o marido se encontra sentado numa poltrona a ensinar a mulher, ajoelhada no chão.
      Nos dias de hoje, talvez ocorresse ao Rogers, se fosse vivo, a escrever um livro com este género de título - "Ensine sua Esposa a ser uma Divorciada".

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