Li hoje uma notícia e o seu comentário que dá pelo título –
“À quarta foi de vez, Espanha também tem
a sua "geringonça" – onde se refere que o PSOE e o Unidas Podemos
chegaram (finalmente) a acordo para a formação de um governo de coligação.
Até aqui tudo bem, não fosse a comparação do jornalista na
“geringonça” à espanhola com a dita portuguesa. Primeiro: na “geringonça portuguesa”,
os partidos que a formaram com o PS não assumiram qualquer cargo governativo,
ao contrário do Unidas Podemos, que requereu a vice-presidência para o seu
líder Pablo Iglésias. Segundo: na “geringonça” portuguesa, ao contrário da
espanhola, não houve um vencedor claro das eleições, isto respeitante a
qualquer dos partidos que a constituíram, enquanto o PSOE venceu as eleições.
A ter que tomar um nome apropriado, a “geringonça” espanhola
terá de se chamar “engenhoca”, ou melhor, “artilugio”. Resta saber se tem rodas
para andar ou se caminhará em chincolapé. Tanto assim é que, através do
borrifador da matemática, não chega para uma maioria absoluta a soma dos deputados
dos dois nupciais partidos, sendo necessário recolher calorias e vitaminas de
outros pequenos partidários. Tudo como dantes, se é certo que o povo espanhol
votou como lhe competia, não deixa de o seu “artilugio” permanecer em estado
comatoso “hasta una avería mecânica detener
la máquina”.
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