Se bem entendo este capítulo da novela “Terra Nostra
Socialista”, em que o realizador e produtor é o primeiro-ministro Costa e
o ator principal o ministro Galamba, acho que o guião não seguiu a coerência e
preferiu a peixeirada.
A chefe do gabinete do
ministro, veio dizer que não era necessário haver um despacho com a exoneração
(do adjunto do ministro), porque nem as nomeações nem as exonerações dependem
de despachos, e que o dr. Frederico Pinheiro estava exonerado desde as 20 horas
45 minutos e não sei quantos segundos, de 26 de abril, portanto proibido de
entrar no ministério por ordem do ministro. Quereria ele retirar os objetos
pessoais? Ficasse no passeio, que lhe seriam remetidos pela janela, tal como no
epílogo dos conflitos conjugais!
A chefe “padeira de
Aljubarrota”, em vez da pá que não tinha, tratou com o adjunto o mesmo que a
heroína fez com os castelhanos. Trancou-o e, como o próprio se queixou, à falta
da pá, socorreu-se de outras tantas dependentes do gabinete. Ora, não andando à
pazada, é possível que o tenham feito aos “xutos e pontapés” sem música ou à
conta dos golpes da lambada para não dizer galambada. Nem me admiraria que se
abrissem trincheiras do gabinete, com secretárias tombadas, e a fuzilaria
correria pelo ar, de um lado ao outro, com agrafadores, pisa-papéis e outra
metralha de escritório.
Porém, a lei que a chefe do
gabinete pretende interpretar, o Decreto-Lei n.º 11/2012, de 20 de janeiro,
refere no preâmbulo (para não ir mais adiante), que é clara a obrigatoriedade
dos despachos de designação dos membros dos gabinetes, e a obrigatoriedade da
sua publicação no Diário da República. No artigo 11º e no seu número 1
taxativamente refere que os membros dos gabinetes são livremente designados e
exonerados por despacho do membro do Governo respetivo. Até lá, custe o que
custar, estão “onerados”.
Se a senhora chefe de gabinete, em vez de procurar a pá, consultasse a lei,
certamente teria evitado ao País a vergonha de haver um ministério com gente
desta.
Imagine-se que o sr. Galamba,
ao sair do avião, com o modo imperial que lhe reconhecem, lhe dava na ideia de
exonerar o adjunto, por despacho, com efeitos retroativos! Utilizando o
telemóvel para “despachar”, não se lembrou de o fazer por sinais de fumo,
toques de tambor, moço de fretes ou um bilhetinho na patinha de um pombo-correio.
Precipitou-se o ministro na pressa e no modo como exonerou o adjunto, teve
tempo para ponderar o primeiro-ministro quando não aceitou a exoneração do seu
ministro.
Para
finalizar, talvez a solução esteja na música dos Coldplay, que Costa trauteou,
despreocupado, no concerto em Coimbra, enquanto o seu ministro estava na
“frigideira” da CPI. E essa música, cuja letra o primeiro-ministro parece
conhecer, tem por título “Balada da Despedida”. Resta saber de quem…
Tens toda a razão, meu caro amigo. Gostei de ler. Espero que esteja tudo bem contigo e com toda a tua família. Um abraço
ResponderEliminarNão é anónimo, sou eu o Seixas.
ResponderEliminarBoa noite. Gostaria de discutir alguns assuntos consigo relacionados com a freguesia de Carapito, no concelho de Aguiar da Beira. Seria possível contactar-me para a28445@gmail.com?
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