terça-feira, 19 de fevereiro de 2019

A25- UMA TESOURARIA DE GRANDES RECEITAS

Lembram-se, os que me lêem por aqui, que já falei na choruda cobrança que se faz para os cofres do Estado e para a Concessionária, nesta rede da chamada auto-estrada A25 entre Aveiro e Vilar Formoso.
E lembram-se que falei da famigerada curva "Bossa do Camelo", um aleijão que contribui, através dos contraventores aceleras e não aceleras, para as receitas da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária. Aquele radar/cinemómetro tira mais fotografias por dia que o mais conceituado fotógrafo de moda! E paga-se melhor: cada "chapa" a preto e branco (mais a preto) não fica por menos de 60 euros!
Hoje vou referir a A25 no seu todo, porque em cerca de 1/4 do troço somado, é equivalente a IP não portajada (mas que se cobra na mesma), tais são os limitadores de velocidade que ali estão plantados com sinais C13 como se fossem couves tronchas. Contabilizei entre 15 e 20 no sentido descendente e entre 12 e 18 no sentido ascendente, mas é apenas cálculo. Pedi entretanto  à APCAP (Associação das Concessionárias) o número exacto para calcular os espaços em que circulamos em IP isenta de portagens, mas pagando como se fossem.
Entretanto, já em Janeiro enviei um pedido de esclarecimento à ANSR (Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária), sem que até hoje tenha obtido resposta, insistindo hoje mesmo para que me dissessem, ao menos, que receberam o arrazoado e acrescentando outro.
Este "satus quo" com tanto aleijão para justificar os limites, interessa a duas partes: os leoninos acordos de parceria que favorecem as concessionárias; os cofres do Estado que custeia a via através dos bolsos dos "portajados", a que lhe acresce um "imposto" em forma de coimas resultantes das inopinadas limitações de velocidade e do plantio de radares.
Quem perde? Todo o interior do País, as empresas aqui implantadas, os emigrantes que circulam por esta via, os turistas que optarão por outras regiões,os utentes que, sem alternativa, pagam a totalidade de uma auto-estrada quando, em parte, é um IP. Enfim, os contribuintes, os mesmos que pagam as portagens dos governantes quando por aqui passam, porque não acredito que as fotografias dos radares atinjam as matrículas deles.
Volto à curva do Caçador (Viseu), a qual, por pouco, não era uma rotunda!
Vou-vos mostrar uma imagem de satélite da bossa, pois o camelo não está lá...
Agora comparem-na com o circuito de Indianápolis...
... onde só há uma curva idêntica no ponto 9!
Mas nem todas as bossas de camelo são tão pronunciadas. Esta não é...
E esta, só a da frente...
... E mesmo assim menos fechada do que aquela onde a Tesouraria do Estado vai recolhendo grandes receitas com fotografias das traseiras das viaturas.
Isto, para ser sincero, não ia lá com bossas, mas com arrochos!

2 comentários:

  1. Inigualável, o texto, pois o teu olhar critico sempre no seu melhor, mas verdadeiro

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    1. A sociedade exige que, por vezes, se dê dois murros na mesa e se diga - basta!
      Enviei "veneno" para a comissão contra as portagens na A23, A24 e A25 e para a Junta de freguesia de Rio de Loba, onde mora o camelo com a sua bossa; pedi elementos ao Instituto Português de Qualidade sobre as máquinas fotográficas e fiquei a saber coisas muito interessantes, por telefone; enviei e-mails para a ANSR, que até agora não disse nada;pedi elementos à APCAP para saber quantos sinais existem de limitação de velocidade com vista a calcular os quilómetros que se fazem em IP em vez de auto-estrada. Estou a ponderar, depois de tudo reunido, levar o caso ao Provedor de Justiça e, possivelmente, à Procuradoria da República.
      Este domingo passei duas vezes na "Bossa do Camelo" numa ida ao Porto (para lá e para cá) e fui a "pisar ovos", para aí a uns 30 km/h ou menos- quase que dava para tentar aquele viral novo desafio chamado #InMyFeelings em que os participantes têm de saltar de um carro em andamento e dançar o mais recente sucesso de Drake enquanto a viatura continua a andar.

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