Gosto de andar a cavalo, embora
não o faça há muito por razões óbvias, sendo a principal a que indica que não
tenho algum em carne e osso. Possuo cento e trinta cavalos (horse power)
enfiados sob o capot do motor do meu automóvel. São fogosos, embora controláveis,
mas se a um cavalo dar-lhe esporas é vê-lo quase a voar, imaginem cento e tal;
é por isso que sou apanhado nas “tesourarias” rodoviárias em excesso de
cavalgada.
Acho o cavalo, um animal
perfeito. Sempre admirei e respeitei em especial este animal (embora tenha por
timbre respeitar e admirar todos os animais), não só pela sua estrutura e
dinâmica, como pela beleza plástica que os seus movimentos proporcionam. Desde pequeno
aprendi a montar num cavalo… em pêlo. É certo que o fazia em animais bem
domesticados, de carga e não de tiro ou montaria, pois eram eles que levavam os
sacos de farinha do moleiro, meu saudoso primo Ivo. Passei a montar, mais
tarde, em outras condições, mas as sensações perduraram de uma ou outra forma.
Confesso que, de uma vez, fui projectado pelas orelhas, graças à aparição
intempestiva de um canídeo mal-humorado, que obrigou a montada a especar
súbito.
Possivelmente voltarei a este
assunto da cavalaria – não alta cavalaria – porque tenho algures fotos com o
animal que montava nos meus verdes anos, um belo e alto exemplar castanho, de
que guardo saudades. Quando se proporciona desenhar cavalos – e faço-o quando
me ocupo de trabalhos de ilustração ou quando alguma criança mo pede – faço-o
com a imagem desse garboso animal, as suas crinas ao vento, o seu galope
cadenciado, o vero símbolo da liberdade.
Quanto à fotografia, não se
ponham a conjecturar, uma vez que sou mesmo eu o cavaleiro, o cavalo é um cavalo
de carne e osso e a praia fica no município de Porto Seguro, no Brasil, onde
Cabral descobriu o Brasil… e não se preocupou em o cobrir.
Se foi onde Cabral descobriu o Brasil, foi em Santa Cruz Cabrália, local belíssimo mesmo com ou sem cavaleiro, pois de montada não faz lá falta, pois teremos bem perto a Passarela do Álcool para poder escolher a dita montada.
ResponderEliminarCumprimentos caro amigo. Inácio.
Também estivemos em Santa Cruz de Cabrália,junto a uma cruz enormee não fica longe daquela praia, onde bebemos umas caipirinhas deliciosas logo pela manhã. A "Passarela do Álcool" é uma avenida de quiosques, não de livros, mas de álcool de todo o género.
EliminarÉ evidente que, nessa passarela, não se encontram cavalos, a não ser às tantas da manhã, umas "éguas" ou bebedeiras com o dito álcool.
Não foi o meu caso e dos amigos, que tu bem conheces.
Tem um bom fim-de-semana, que o mereces
Os saudosos cavalos (garranos?) de passo seguro, curto mas incansável e as suas cangalhas, no Planalto e nas encostas. Meio de transporte que perdurou por séculos… assistimos ao seu fim, infeliz ou felizmente? A modernidade o ditou, não sei se é bom ou mau, pois assistir ao fim de algo assim é quase sempre triste.
ResponderEliminarQuando se extingue uma actividade, é costume deixar de ter importância todas as formas de vida, móveis e imóveis que a suportam. Os tempos renovam-se, a ciência proporciona melhores formas de transporte, isso é óptimo. É certo que não haverá necessidade de recoveiros ou almocreves, mas os cavalos têm o seu lugar na Terra e, se possível, para nosso, e deles, benefício. Pudesse eu! Teria muito gosto em ter um animal destes, o que não me é permitido satisfazer por falta de condições, uma vez que o cavalo exige muito tratamento, limpeza e espaço.
EliminarPor isso, a modernidade é boa e má; neste último caso, para os saudosistas como eu.
Então e ninguém fala de Trancoso e so seu retangulo, que fica logo ali ao lado???!!!1
ResponderEliminarCaro Luís
EliminarSó faltou colocar o topónimo,o que viria a seguir quando eu voltasse ao assunto, como prometido.
A praia onde cavalo e cavaleiro foram fotografados é precisamente a de Trancoso, bem perto da foz do rio com o mesmo nome.
O proprietário do animal teve algum receio em confiar-me o cavalo, o qual serve para passeios pela arreata nas mãos do dono. Com a minha garantia de que eu sabia montar, lá mo confiou e cavalguei com ele, não na areia da praia, mas junto à água, onde a terra molhada permite os movimentos do galope.