Na posse do trono desde 16 de
fevereiro de 1279, chegado aos vinte e um anos, pensou em arranjar esposa, para
o que enviou procuradores com o fim de pedirem para si a Infanta Isabel, filha
do rei de Aragão. Foi aceite o seu pedido, realizado o com trato por carta, em
Barcelona, em 11 de fevereiro de 1282. Quatro meses depois, D. Dinis escolhia a
vila de Trancoso para receber a que viria a ser sua esposa. Aqui, em Trancoso,
se celebrariam os esponsais, aventando alguns autores (sem muita certeza) a
data de 26 de junho e outros a data de 24 do mesmo mês. O ano do fausto enlace,
esse é certo, é o de 1282.
A noiva, Isabel, assim chamada em
memória de uma tia, Isabel da Hungria, era filha de D. Pedro III de Aragão e de
sua mulher, D. Constança. Foi em 1281 que se tratou das bases do contrato do
seu casamento com D. Dinis o que, na altura, era muito comum: o casamento era
um negócio entre as famílias nobres.
Para as negociações do casamento,
D. Dinis enviou a Barcelona os seus procuradores João Martins, João Velho e
Vasco Pires.
D. Dinis recebeu Isabel na igreja
de São Bartolomeu-o-Velho (de que hoje não restam vestígios), matriz de uma das
freguesias da vila e, possivelmente, o maior templo aqui existente.
Realizado o casamento em
Trancoso, estando presente a maior parte da nobreza da corte, seguiram-se
grandes festejos.
As festas e as justas
prolongaram-se por vários dias, construíram-se "custosas" casas para
o efeito, engalanou-se a velha e desaparecida igreja de S. Bartolomeu o Velho.
Foram, segundo muitos autores, as maiores festas que até então se realizaram em
Portugal. A elas acorreu gente de todo a parte e o jovem e régio casal
permaneceu por esta terra durante todo o mês de julho, retirando por fim para a
Guarda.
A escolha do rei não foi por
acaso. Trancoso era uma importante vila, bastante populosa e em pleno
desenvolvimento. Possuía, só para comparação, tantos tabeliães quantos os que
tinham Viseu e Pinhel juntos. Dessa importância, sai como testemunho o facto de
o rei ter oferecido esta vila à rainha, sua esposa. E tanto um como o outro
aqui vieram e permaneceram em outras ocasiões.
(texto e desenhos de Santos Costa)
(texto e desenhos de Santos Costa)
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