A coisa estava a ir bem durante a fase de se fechar
em casa o maior número de pessoas. Mais no Sul do que no Norte, a julgar pelos
números. Acabou o desconfinamento, virou-se o bico ao prego: os números
começaram a rodar para diante, o Sul teima em ultrapassar o Norte em número de
casos.
Já não é apenas uma contingência grave de saúde, é
uma emergência de economia, também grave.
Para piorar as coisas, o Reino Unido, que tem sido
na Europa um dos do pódio no maior número de casos, resolveu moralizar os seus
ilhéus, ameaçando-os com uma quarentena se resolverem viajar para alguns
países, incluindo Portugal. Sem moralidade para impor este rigor, o governo
inglês exige dos outros aquilo que não pratica e, vai daí, resolver farpar o
seu velho e relho “aliado”.
Quando Napoleão exigiu a Portugal que fechasse os
portos aos ingleses, confinando o território aos ditos num chamado bloqueio
continental, com quem estava em guerra, Portugal obedeceu à “aliança”, desobedeceu
ao bloqueio, e viu-se invadido pelas tropas napoleónicas.
Quando Portugal tinha em África pretensões
colonialistas, não tanto como os “aliados”, estes enviaram um “ultimatum”, que
a Monarquia portuguesa aceitou sem fazer barulho, confinando um mapa “cor-de-rosa”.
Quando os alemães incendiaram a Europa com uma
guerra que se tornou mundial, os “aliados” pediram a Portugal para aprisionarem
os navios alemães que se encontravam ancorados nos seus portos. E Portugal
obedeceu, confinando nos seus portos navios e homens, entrando no conflito.
No meu modesto entender, parece-me que tem de ser
revisto aquele tratado, porque só parece funcionar para um dos lados… e não é o
nosso. Em todo este confinamento pandémico, parece-me que continuamos a ser
vítimas, cá dentro e lá fora, de outros pandémicos confinórios.
Os nossos velhos aliados, "a mais antiga aliança", que sempre nos tramam, mesmo quando pareceria fácil estar ao nosso lado. Talvez por isso tivesse muita razão de ser a letra original do nosso hino "contra os bretões// marchar, marchar"
ResponderEliminarParece que, por agora,os bretões aceitaram a realidade, porque aquilo já não era um confinamento entre países, mas um confrontamento (confrontação).
ResponderEliminarFizeram o mesmo à França, mais recentemente; mas o francos recorreram aos princípios de Talião e... retaliaram.