A varinha de condão, para além de ser um objecto de feitiçaria é, no sentido físico, um adereço de magos e de maestros de orquestra. É igualmente uma força de expressão para indicar uma ideia ou uma realização que surge para realizar o que não parece realizável.
No sentido físico percebe-se que a madeira é um bom condutor de energia, pelo que quase todas as varinhas são feitas deste material, principalmente de sabugueiro (salvo as que são made in China, de plástico reciclado), o que outorga dignidade aos seus possuidores. Também nunca percebi qual é a função e utilidade nas mãos dos magos e maestros, talvez porque sou um podão em metafísica e música, tanto mais que não imagino feiticeira sem varinha e chapéu de cone no arremedo dos seus artifícios. Pelo menos é assim que se apresenta a Feiticeira Branca, das Crónicas de Nárnia.
Os autarcas e os homens bons dos antigos concelhos (nos tempos em que havia "homens bons") tinham direito, não a uma varinha, mas a uma vara, que lhes era entregue pelo pelouro que desempenhavam. Daí lhes ficou o nome de vereadores e não de varinhadores. Hoje em dia, mesmo sem essa vara, nalguns casos o poder suplanta em muito o dos feitiços, enquanto os malabarismos do dito deixam à banda as habilidades dos mágicos.
Ora, com este relambório de entrada, já me esquecia do propósito deste post. E ele é sobre as vacinas que a Ciência coloca à disposição da humana gente para combater o Corona, dito Covid19 ou SARS Cov2. De facto, surgidas em tempo record, tendo em conta que o pódio era ocupado pela vacina da papeira, que demorou apenas 4 anos a ser produzida, a vacina ou as vacinas vêm com o rótulo de milagrosas e de escudo invisível.
Há uma série de farmacêuticas, graças à partilha de informação, com as próprias criações, sendo as mais significativas a Astra Zeneca/Oxford, a Moderna, a Prizer/Bion-Tech, a Coronavac e a Sputnik V, sendo que esta última, da Rússia, foi baptizada com o nome de um foguetão, mais próprio para ser posto a supositórios.
Sendo assim, julga-se que a varinha de condão foi eficaz nesta criação, não tanto na sua distribuição à escala mundial e nacional. Por uma razão muito simples: não se produz na quantidade e rapidez desejável, optou-se (e bem) por administrá-la por graus de prioridade, parece ter-se esquecido de produzir seringas e pessoas que as administrem em massa e em força. A juntar a isso, há países que levam a trumpística máxima do "america first" (só mudando o nome da nação) e outros que têm de andar de chapéu na mão ó-tio, ó-tio, para conseguir mais doses das farmacêuticas, que não têm mãos a medir.
Finalmente, depois da maior parte humana vacinada (não acredito na totalidade, há sempre abstencionistas, voluntários e involuntários), resta saber como irão fazer os do costume. Estou mesmo a ver que considerado o vírus para trás das costas, regressa-se à rebaldaria antiga, como se o vírus estivesse morto e enterrado a sete palmos.
A ver vamos...
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