segunda-feira, 10 de maio de 2021

OS MAUS CHEIROS

 

O sr. secretário de Estado da Energia, João Galamba, sente nas narinas o cheiro a estrume quando, de repente, a televisão pública RTP transmite o programa Sexta às 9. Escreveu, antes de apagar, que lhe cheira a estrume. Todos os outros programas cheiram bem para ele, porventura a rosas e a outros eflúvios florais, como urzes, cravos e margaridas ; mas quando aparece aquele famigerado bloco, tem de levar o lenço ao nariz. Ou desliga. Ou muda de canal. Ou asperge o ar com um aromatizador de ambiente.

Conclui-se, com isto, que o aparelho de televisão do sr. João Galamba reproduz cheiros. Se na mesma estação, os chef's da Praça preparam um cozido à portuguesa, a pituitária do sr. Galamba abre a auto-estrada do apetite.

Certamente o sr. secretário de Estado interromperá a emissão, ou mudará de canal, na altura em que são transmitidos os programas da natureza selvagem onde o pivete não faltará. Por exemplo: não estou a adivinhar o sr. Galamba, sentado na sua sala, a receber os odores da defecação numa manada de elefantes.  Nem mesmo o cheiro que exalam os sovacos de um maratonista.

Muita sorte tem o senhor ante referido em ter encontrado um aparelho que transmite imagem, som e cheiro. É um aparelho exclusivo. Fique com a coisa porque, para mim, não a quero.

2 comentários:

  1. Este ser " abominável" como pulido valente, muito acertadamente, o baptizou é aquilo que o povo chama de um bate e foge...
    Quanto a dizer mais sobre tal ser, desculpem mas para tanta galambização já não tenho paciência e meu bom amigo S. C. se por acaso o dito se sentir atacado com tão bom texto apenas poderei dizer que em sua defesa o tratarei da mesma forma que ele trata os outros, Fdp.

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    1. Independentemente da simpatia ou antipatia para com o dito sr. secretário de Estado, não suporto que o mesmo tenha destas atitudes, tanto mais que foi investido num cargo público de relevo. Poderá ter destas expressões para com os amigos ou num círculo íntimo, nunca num meio de difusão geral. O facto de ter apagado a "besteira" não desculpabiliza a acção de a escrever, porque ela esteve no "ar".
      Enquanto as mãos não doerem e o meu livre arbítrio continuar incólume, não deixarei de registar estas perplexidades, sejam elas oriundas dos vários quadrantes do espectro político. É natural que a governação está mais sujeita ao sufrágio crítica do cidadão que pensa com a sua cabeça e não com a filiação correligionária.
      E repito: vejo pouco televisão; o que vejo nem sempre me agrada; decididamente não pretendo televisão com odores.

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