Nada receiem sobre o título, porque por aqui não há deserto, embora não faltem piratas. É o título de uma obra de Salgari, que eu tomei “a meias”.
A Editora ASA, do Grupo Leya, publicou um livro meu, lançado em 2012, consoante se confere no convite então endereçado. Nessa altura comemorava-se a efeméride dos 150 anos do nascimento de Emílio Salgari, o autor do texto que passei a BD.
É certo que os jornais omitem muito do que se faz no nosso País, mas há excepções. É o caso da entrevista que o "Diário de Notícias" me fez e publicou em uma página da respectiva secção, através do conceituado jornalista Eurico de Barros.
Não foi mau, tendo em conta o país onde a maioria da imprensa diária generalista se preocupa em preencher os espaços de cultura com a exibição dos glúteos femininos, nem sempre os assuntos comezinhos têm importância para trazer às colunas, pois que não serão dramas de faca e alguidar, o suicídio de um cineasta, um actor que mandou dois "bufardos" a um fotógrafo impenitente, uma princesa que foi apanhada no iate a mostrar o rabinho ou coisas do género.
É natural que muitos dos redactores e directores dos jornais tenham lido, em "pequenos", os romances do escritor italiano; no entanto, passado esse tempo e com leituras de prosadores mais intelectuais, os plumitivos envergonharam-se desses princípios, como também se envergonharam dos calções presos por suspensórios, peúgas até meia perna, sapatinhos de fivela envernizados e lacinho "à gato". Vai daí, "temem" ficar colados à imagem de uma "escrita menor", de aventuras e diabruras, quando têm em mãos, recebidos na mesa da redacção, artigos de opinião que não opinam coisa alguma, a tristeza de um país que dependeu de três indivíduos que se chamaram troika (que não passam do Cocó, Ranheta e Facada) e de outras divagações retiradas sobre a hora, à guisa de notícias que repassam diariamente nas pantalhas dos 3 principais canais de sinal aberto ou dos imensos pastiches e dobragens de reportagens alheias.
Salgari cometeu "hara-kiri" há 110 anos e isso, agora, deixou de ser notícia quando "hara-kiri" comete a economia portuguesa todos os dias e se trata apenas com um vocábulo que deve estar a entrar para o Guiness como o mais utilizado — CRISE.
Às vezes — penso eu, antes de adormecer — gostaria de saber como é que os Marcianos vendem os seus jornais e como é que eles lidam com a inveja e mau-olhado.
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