A propósito das comemorações dos 75 anos de Manuel António
Pina (1943-2012), escritor, jornalista e poeta do Sabugal, começam hoje, em
Lisboa, até 9 de Fevereiro, as jornadas «Desimaginar o Mundo», dedicadas ao
poeta, conforme li num dos blogs que tenho como referência:
Aproveitei então para ali colocar um comentário,
logicamente com endereço à autora do blog, Dra. Maria do Rosário Pedreira, ela
também poetisa e editora, onde disse:
"Manuel António Pina (1943-2012) é um homem da Beira e um
poeta (dos poucos) que me apetece reler. Há outros, alguns até pouco lembrados,
como é o contemporâneo Professor, Poeta e Ensaísta Joaquim Manuel Magalhães,
que vale a pena reler; há outros, muitos, que nem vale a pena ler, porque é
raro o português que diga não ter feito versos, o que levou um amigo a
dizer-me, um dia: "quantos mais poetas, mais patetas".
Gostaria de ver homenagens, em vida, a Joaquim Manuel
Magalhães. Para além de tudo, foi num programa dele, do Professor Magalhães, que
ganhei um prémio literário (de prosa, mais propriamente no género conto),
programa dito "Os Homens, os Livros e as Coisas", na RTP. A última obra
que conheço dele é de 2010, "Um Toldo Vermelho", da Relógio d'Água, e
presumo que tenha publicado recentemente uma reunião da sua poesia.
Manuel António Pina (n. 1943) e Joaquim Manuel Magalhães (n.
1945) são da mesma geração, embora a linha poética de ambos não seja
tematicamente coincidente”.
Nesse programa da então RTP1, que foi para o ar, em directo,
em 1975, o Professor catedrático Joaquim Magalhães premiou esse conto, que tem por título “O Ferro Velho” ,
dando-me a oportunidade de uma entrevista nesse programa, com a leitura do
trabalho premiado.
Para quem não saiba, não fui premiado com dinheiro – o que é
justíssimo e benigno, dado trata-se de um prémio literário – mas com um
cheque-livros, numa importância assaz significativa, tendo apenas recebido,
esse sim em dinheiro, o custo das deslocações e estada.
Esse cheque foi então rebatido em livros na Livraria
Bertrand do Chiado. Ia preparado com um saquinho, quando afinal devia ter
levado um saco. Escolhi o que queria, como queria e vim aviado com literatura
que ainda hoje repousa, depois de naturalmente lida, na minha estante.
Anos depois, reuni esse conto – assim como um outro premiado
em outro concurso literário – num livro, a que dei o título de “Crónicas do
Arco da Velha”.
Ler esses trabalhos dos vinte e poucos anos é recuar no
tempo, dado que hoje, bem mais maduro, encaro a escrita com novo tónus, picardia
e pólvora bombardeira, entremeando com outras prosas mais sensatas, menos temperamentais
e sobretudo serenas.
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