quinta-feira, 17 de janeiro de 2019

OUTRO DOS MEUS PRÉMIOS LITERÁRIOS


A propósito das comemorações dos 75 anos de Manuel António Pina (1943-2012), escritor, jornalista e poeta do Sabugal, começam hoje, em Lisboa, até 9 de Fevereiro, as jornadas «Desimaginar o Mundo», dedicadas ao poeta, conforme li num dos blogs que tenho como referência:
Aproveitei então para ali colocar um comentário, logicamente com endereço à autora do blog, Dra. Maria do Rosário Pedreira, ela também poetisa e editora, onde disse:
"Manuel António Pina (1943-2012) é um homem da Beira e um poeta (dos poucos) que me apetece reler. Há outros, alguns até pouco lembrados, como é o contemporâneo Professor, Poeta e Ensaísta Joaquim Manuel Magalhães, que vale a pena reler; há outros, muitos, que nem vale a pena ler, porque é raro o português que diga não ter feito versos, o que levou um amigo a dizer-me, um dia: "quantos mais poetas, mais patetas".
Gostaria de ver homenagens, em vida, a Joaquim Manuel Magalhães. Para além de tudo, foi num programa dele, do Professor Magalhães, que ganhei um prémio literário (de prosa, mais propriamente no género conto), programa dito "Os Homens, os Livros e as Coisas", na RTP. A última obra que conheço dele é de 2010, "Um Toldo Vermelho", da Relógio d'Água, e presumo que tenha publicado recentemente uma reunião da sua poesia.
Manuel António Pina (n. 1943) e Joaquim Manuel Magalhães (n. 1945) são da mesma geração, embora a linha poética de ambos não seja tematicamente coincidente”.
Nesse programa da então RTP1, que foi para o ar, em directo, em 1975, o Professor catedrático Joaquim Magalhães premiou esse conto, que tem por título “O Ferro Velho” , dando-me a oportunidade de uma entrevista nesse programa, com a leitura do trabalho premiado.
Para quem não saiba, não fui premiado com dinheiro – o que é justíssimo e benigno, dado trata-se de um prémio literário – mas com um cheque-livros, numa importância assaz significativa, tendo apenas recebido, esse sim em dinheiro, o custo das deslocações e estada.
Esse cheque foi então rebatido em livros na Livraria Bertrand do Chiado. Ia preparado com um saquinho, quando afinal devia ter levado um saco. Escolhi o que queria, como queria e vim aviado com literatura que ainda hoje repousa, depois de naturalmente lida, na minha estante.
Anos depois, reuni esse conto – assim como um outro premiado em outro concurso literário – num livro, a que dei o título de “Crónicas do Arco da Velha”.
Ler esses trabalhos dos vinte e poucos anos é recuar no tempo, dado que hoje, bem mais maduro, encaro a escrita com novo tónus, picardia e pólvora bombardeira, entremeando com outras prosas mais sensatas, menos temperamentais e sobretudo serenas.

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