sábado, 10 de abril de 2021

A JUSTIÇA NA MARQUESA

Vou escrever sobre a dita Operação Marquês e da decisão instrutória ontem lida pelo respectivo juiz, a qual terá penado 7 anos, tal como Jacob  serviu Labão para conquistar Raquel em vez de Lia. Ou ainda, no campo das conjecturas e por se tratar de uso de vestuário escuro, com o atraso de 7 anos equivalente ao tempo de azar a quem mate um gato preto.

Os livros de Direito não devem ter a mesma leitura para todos; ou, pelo que me parece, devem vir impressos com uma escrita figurada, que não pode ser lida por qualquer letrado. Talvez um decifrador de hieróglifos como François Champollion, aquele que conseguiu ler nas cobras, olhos e passarada, a indecifrável Pedra da Roseta (Roseta que nada tem a ver com Rosa). Talvez seja em alfabeto tebano ou etrusco, coisa que só se aprende ao poder de muita persistência nas respectivas Faculdades.

Como é evidente, não cabe a um leigo como eu, comentar se foi bem ou mal decidido o que foi decidido, pelo que não irão ler sobre isso e podem parar a leitura por este parágrafo.

No entanto, não deixo de ficar perplexo com tanta queda no que toca aos crimes imputados e às prescrições apontadas segundo a ordem do calendário do Direito.

E mais. Ao ouvir ler o arrazoado judicial, fiquei na dúvida se o arguido não seria o Ministério Público em vez de Sócrates e companhia.

Tenho para mim que entre juízes e magistrados há uma surda animosidade e concorrência, tal como entre os vários ramos das forças armadas. E a Justiça perde com isso. E a Justiça perdendo com isso, perdemos nós todos.

Não foi a Justiça que se ocupou da Operação Marquês; a própria Justiça é que se deitou na marquesa - está doente.

4 comentários:

  1. Assim parece ser, e é justa a sua conclusão... culpado ou inocente, a justiça é que está doente, e , com gravidade!
    Uma justiça de quem se duvida e dá estas tristes e graves imagens, não pode servir a um país de direito que se pretende desenvolvido, democrático e saudável.
    Por bem de todos nós, do país e do nosso bem-estar, há que limpar a casa da justiça de uma vez por todas, torná-la naquilo de deveria ser: justa, transparente e de confiança.
    Estamos de facto doentes, está o país!

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  2. Não é unknown ... sou mesmo eu, A.L.Pacheco!

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    1. Olá, Pacheco

      Algo tem de ser revisto e feito para limpar este nublado, o qual se vai tornando breu e mais tarde da cor das togas e becas.
      Não quero fazer juízes - até porque não conheço o processo - mas tenho de acreditar que o Ministério Público não ia fazer quatro dezenas de acusações graves com base no "ouviu dizer".
      Doente está a Justiça porque atacada pelo vírus da política corrupta e ditatorial que, não a podendo calar, a pretende cada vez mais confinar.
      Grande abraço para a Cidade Morena.

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    2. Onde escrevi juízes, quis escrever juízos.

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