Imagine-se que um casal de assaltantes invade uma
casa, alimenta-se da sua despensa, utiliza os móveis e procria qualquer coisa
como uma descendência superior em dez vezes à do lendário Padre Costa de
Trancoso. E olhem que, nesta lenda, tal sacerdote fez gerar 299 filhos em 53
mulheres!
Agora imaginem que, tornando-se rapidamente
adultos, esses filhos assaltam todas as casas que encontrem e em que possam
entrar e também procriar.
É este o modo de vida do invisível Corona, cujo
destino parece dar razão à bíblica caracterização da multiplicação geracional.
Sendo assim, este vírus procura hospedeiros vivos,
saudáveis ou doentes tanto monta. Morrendo o hospedeiro, também não sobrevive,
pelo que a sua função não é assassinar, mas viver por conta, o que já fazem alguns
exemplares humanos.
Apanhando-se a entrar pelas portas e janelas, que
são boca, nariz e olhos, o vírus agarra-se ao sistema respiratório como hera a
um tronco. Dá-lhe o Demo artes para se manter oculto o tempo suficiente para se
espalhar por outros hospedeiros.
Há até quem acredite que o Corona não é um organismo
vivo, o que me custa a acreditar. Se ele se multiplica – como o fazem os
animais e plantas – é, como dizem, uma molécula de proteínas? E evoluem da
forma como estes vírus o fazem? Nunca vi um pedregulho criar mais pedregulhos,
a não ser que se lhe dê com uma marreta! Os teóricos cientistas, consideram
mesmo que é uma partícula inactiva, que não se reproduz e que apenas consegue a
sua replicação injectando o seu DNA para formar partículas virais numa célula
do hospedeiro vivo.
Pelo que constato, pouco se sabe desta enigmática
coisa para além do nome, o que se assemelha a baptizar um afilhado sem se
conhecer ou sem saber se existe como ser vivo.
Até lá, anda-se à cata da sua origem, como a
polícia londrina andou em busca da identidade de Jack, o Estripador. Aqui ainda
há mais confusão: ora se diz que proveio de um morcego, também de um pangolim
ou de ambos em conjunto; e ainda há a teoria da conspiração, julgo eu completamente
disparatada e resultante de desinformação, afirmando gente do reino do “brexit” que a coisa foi
originada pela técnica de comunicações 5 G, o que levou alguns ingleses a
queimarem as torres de frequência da nova geração recém-instaladas no país.
Juntando dois com três, lá se chega aos cinco, e o disparate poderá ir mais
longe, assegurando eventualmente algum bestunto boateiro que no mercado de animais vivos de Wuhan existiria um
suposto laboratório daquela tecnologia, talvez inspirada na comunicação dos
morcegos.
Parece-me que a confusão gera estes ditos. Quem
saberá se eu, com estes arrazoados, não contribuo inadvertidamente para eles.
Como costuma dizer a sabedoria popular, “ditos ocos, ouvidos moucos”.
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