segunda-feira, 6 de abril de 2020

CORONA DE IMPERADOR



A coroa não é de rei; é de imperador do planeta. Não é um imperador que governa, mas é aquele que não deixa governar. Com a forma de ouriço com aquelas compridas ventosas de polvo, mete medo a reis, presidentes, ministros, banqueiros e a toda a gente em geral. É um sacana!
Há uma evidência, pela positiva, nesta crise: a linha da frente, a trincheira de combate. Para muitos ficarem obrigatoriamente em casa, há outros que nem sequer podem ir a ela. É para esses que vai o meu inteiro reconhecimento. Nunca tantos deveram tanto a tão poucos.
Em reclusão voluntária desde o dia 12 de Março (seja uma semana antes de o País decretar o estado de emergência, mas dez dias depois dos primeiros casos confirmados no mesmo) até agora julgo que não fui visitado pelo átila da saúde e, consequentemente, não passei o testemunho dele a outrem. Preso nos afazeres que já tinha assumido em compromissos, de quarentena deixei este blog. Retorno agora, procurando deixar a minha opinião. E aviso que se trata de mera opinião, não técnica, sem previsões, pois confusão sobre a matéria já foi difundida até o cesto deitar por fora. Tira a máscara, põe a máscara, é a mais recente, pois em matéria de desinformação, há outro vírus à solta, sem qualquer hipótese de vacina.
Sobre o que correu bem e o que correu mal, ainda no meu modesto entender, deixarei para mais tarde, quando a coisa passar.
Por agora, deixo estas duas imagens da coisa: uma, que julgo ser captada em microscópio electrónico, tal a dimensão do coroado; a outra, que não sei se o foi da mesma forma, pois mais me parece um artefacto de lã tecido por uma velhinha à lareira.

4 comentários:

  1. Um dos reclusos, com permissão legislativa para circular nos domínios públicos, agradece o escrito.
    "Sempre a considerá-lo", como se diz por aqui.Grande Abraço Santos Costa.

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  2. É minha convicção que as suas funções, de alta responsabilidade no campo judicial, não possam ser circunscritas às medidas de quarentena, pese embora o perigo que isso possa representar.
    Agradeço-lhe eu o seu comentário, ainda com o desejo que tudo corra bem, designadamente no âmbito da saúde, para o meu Amigo e família.
    Grande abraço, Dr. José Avelino

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  3. Também eu, cá por terras do Reino de Benguela-a-Nova, possuo idêntica e alta-credencial para circular no território em estado de emergência, feroz e policialmente imposto e controlado, pela minha relevância no apoio ao esforço da produção alimentar, estratégicamente justificado. Quem diria que o estado de coisas e o vírus afinal me dariam tamanha importância!
    Bendito vírus que me alcandorou a este estado de poder portar na minha carrinha o dístico que me permite furar filas e ultrapassar as barreiras físicas do controle, sob o olhar invejoso dos demais, e, não pela côr da pele!
    Quem diria! Ironias...

    Um grande e planáltico abraço deste agora Alto Cavaleiro!

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  4. Caríssimo
    O vírus trouxe com ele grandes problemas, estou certo que trará também grandes soluções. Saiba a humana gente, principalmente as cabeças pensadoras e as que tomam decisões, quais as melhores e as mais adequadas aos destroços que esta coisa deixará.
    No seu caso, par além do dístico, sempre terá mais hipóteses de escapar a esta confusão: bastar-lhe-á o fato de mergulho e espairecer nas profundidades oceânicas, onde certamente o vírus não encontrará ambiente.

    Um grande abraço para si desde este Planalto até à Cidade Morena, a milhares de quilómetros de distância

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