terça-feira, 21 de abril de 2020

NADA SERÁ COMO DANTES…

… A não ser o quartel-general, que nunca foi em Abrantes.
Este Covid 19, que o mundo fora da China conheceu este ano (mais exacto seria Covid 20), irá transformar, em próximo futuro, a vida das pessoas, das empresas e da economia. Isso já dizem os profetas destas coisas, alguns dos quais me parecem mais patetas destas coisas.
Uma coisa é certa. O Covid, que é um salta-pocinhas e despachado dos diabos, tratou de encafuar as pessoas em casa, o que deu uma situação pré-histórica, género Covil 19, fechados na toca e desconfiados. Isto trouxe novos conceitos de convívio e não-convívio, com recurso, muitas vezes exagerado, aos meios modernos de comunicação com imagem.
Vizinhos que se cruzavam nas cidades e nem se conheciam, passaram a cantar e tocar o faduncho às janelas e varandas. Mas também se viu a renitência no uso das máscaras pelas mesmas pessoas que não se coíbem de as usar no carnaval.
Também se promovem novos conceitos de entretenimento, designadamente na televisão, onde o mais que se aproximou do sequestro desta crise foi o “big-brother” e sequelas, para mirones. Serão repensadas novas grelhas e propostos novos padrões, deixando para trás as ideias desses programas de chacha, popularuchos, a tresandar a pieguices ou a  puxar ao choradinho fácil.
Trabalhar a partir de casa vai ter, para quem o possa fazer, uma maior aplicação. Não se aplica, por exemplo, à construção civil, que trabalham na casa dos outros, e só nestas é que rende a sua profissão. Com as videochamadas, WhatsApp, Skype e por aí além, o que conta é o rendimento diário do colaborador e atingir os objectivos.
Para isso, é necessário investir-se nesta tecnologia digital, para não se assistir, via TV, ao engasgar das comunicações e aos cortes repentinos, deixando o interlocutor a falar para o boneco.
Os transportes terão de ser veículos para levar e trazer pessoas e não veículos ambulantes de pragas e vírus, o que requer grande imaginação e desenvolvimento. Provavelmente, mais gente vai ter de aprender a andar em duas rodas e dar ao pedal ou carregar as baterias da coisa para evitar mexer as pernas.
A Saúde deve refinar as suas investigações e preparar-se para tais surtos. Para além disso, deve existir mais comunicação inter-países, sem jogos ocultos ou estatísticas secretas, como vimos agora acontecer. E fará repensar o sistema nacional de saúde dos países que, ao contrário do nosso, ainda não o têm. Aqui, tiro o chapéu ao Dr. António Arnaut.
Ainda neste propósito, os Governos têm de olhar para o campo da saúde e da assistência social, fazendo-o desde logo a favor de quem nele trabalha. Viu-se o empenho dos profissionais de saúde, de todos os ramos e actividades em hospitais e centros de saúde; assistiu-se à colaboração de bombeiros, exército e forças policiais, gente que actuou na primeira linha; ainda os profissionais que, para manterem os meios diários de sobrevivência, alimentação, água, electricidade e demais, não lhes foi permitido ficarem em casa. Novamente, a estes e outros que não menciono, tiro novamente o chapéu e curvo-me.
Herbert Hoover, foi o 31º presidente dos Estados Unidos, deixou uma frase muito curiosa, que aqui deixo: “quando adoecemos, queremos um médico extraordinário. Se temos uma construção a fazer, queremos um engenheiro fora de série. Somente quando estamos na política é que nos contentamos com homens comuns”.
Outra coisa que mudará (ou não) será essa coisa da política: a campanha eleitoral. Que farão os coitados dos candidatos para substituir a beijocada do costume? O beijo entrou em falência. Tenho tanta pena deles!!

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