… A não ser o quartel-general, que nunca foi em
Abrantes.
Este Covid 19, que o mundo fora da China conheceu
este ano (mais exacto seria Covid 20), irá transformar, em próximo futuro, a
vida das pessoas, das empresas e da economia. Isso já dizem os profetas destas
coisas, alguns dos quais me parecem mais patetas destas coisas.
Uma coisa é certa. O Covid, que é um salta-pocinhas
e despachado dos diabos, tratou de encafuar as pessoas em casa, o que deu uma
situação pré-histórica, género Covil 19, fechados na toca e desconfiados. Isto
trouxe novos conceitos de convívio e não-convívio, com recurso, muitas vezes
exagerado, aos meios modernos de comunicação com imagem.
Vizinhos que se cruzavam nas cidades e nem se
conheciam, passaram a cantar e tocar o faduncho às janelas e varandas. Mas
também se viu a renitência no uso das máscaras pelas mesmas pessoas que não se coíbem
de as usar no carnaval.
Também se promovem novos conceitos de entretenimento,
designadamente na televisão, onde o mais que se aproximou do sequestro desta
crise foi o “big-brother” e sequelas, para mirones. Serão repensadas novas
grelhas e propostos novos padrões, deixando para trás as ideias desses
programas de chacha, popularuchos, a tresandar a pieguices ou a puxar ao choradinho fácil.
Trabalhar a partir de casa vai ter, para quem o possa
fazer, uma maior aplicação. Não se aplica, por exemplo, à construção civil, que
trabalham na casa dos outros, e só nestas é que rende a sua profissão. Com as
videochamadas, WhatsApp, Skype e por aí além, o que conta é o rendimento diário
do colaborador e atingir os objectivos.
Para isso, é necessário investir-se nesta
tecnologia digital, para não se assistir, via TV, ao engasgar das comunicações
e aos cortes repentinos, deixando o interlocutor a falar para o boneco.
Os transportes terão de ser veículos para levar e
trazer pessoas e não veículos ambulantes de pragas e vírus, o que requer grande
imaginação e desenvolvimento. Provavelmente, mais gente vai ter de aprender a
andar em duas rodas e dar ao pedal ou carregar as baterias da coisa para evitar
mexer as pernas.
A Saúde deve refinar as suas investigações e
preparar-se para tais surtos. Para além disso, deve existir mais comunicação
inter-países, sem jogos ocultos ou estatísticas secretas, como vimos agora
acontecer. E fará repensar o sistema nacional de saúde dos países que, ao
contrário do nosso, ainda não o têm. Aqui, tiro o chapéu ao Dr. António
Arnaut.
Ainda neste propósito, os Governos têm de olhar
para o campo da saúde e da assistência social, fazendo-o desde logo a favor de
quem nele trabalha. Viu-se o empenho dos profissionais de saúde, de todos os
ramos e actividades em hospitais e centros de saúde; assistiu-se à colaboração
de bombeiros, exército e forças policiais, gente que actuou na primeira linha;
ainda os profissionais que, para manterem os meios diários de sobrevivência, alimentação,
água, electricidade e demais, não lhes foi permitido ficarem em casa.
Novamente, a estes e outros que não menciono, tiro novamente o chapéu e
curvo-me.
Herbert Hoover, foi o 31º presidente dos Estados
Unidos, deixou uma frase muito curiosa, que aqui deixo: “quando adoecemos,
queremos um médico extraordinário. Se temos uma construção a fazer, queremos um
engenheiro fora de série. Somente quando estamos na política é que nos
contentamos com homens comuns”.
Outra coisa que mudará (ou não) será essa coisa da
política: a campanha eleitoral. Que farão os coitados dos candidatos para substituir
a beijocada do costume? O beijo entrou em falência. Tenho tanta pena deles!!
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