A pandemia de Covid-19 pode proporcionar três
valentes tratados, reproduzidos em cartapácios com mais de três quilos cada um,
com textos sobre Medicina, Obediência e Comportamento Civil e um outro com
Curiosidades e Discrepâncias em Pandemias.
Aquele contributo que hoje vou trazer aqui, apesar de caber em
qualquer daqueles volumes, deixo ao Leitor o critério de escolher em qual
incluiria este caso.
O primeiro-ministro britânico Boris Johnson chegou
a afirmar e aconselhar numa primeira instância, que via com bons olhos a infecção
social do coronavírus como forma de se ganhar imunidade geral. A este pseudo
“médico e cientista”, aconselhado sabe-se lá por quem (se não leu nas linhas da
mão), pareceu-lhe que seria fácil realizar o Covexit como lhe foi o Brexit. Nem sequer lhe meteu medo a reprodução microscópica do “bicho”, com
aquelas pontas em espinho, tal como acontece com a sua cabeleira loura ao
vento.
Talvez (e repito, talvez) ele tenha ganho a
imunidade depois de ter passado pelos cuidados intensivos do hospital mais bem
equipado de Londres, após ter sido infectado por aquele que desejava para
ganhar essa imunidade. A experiência deve ter-lhe ensinado que ganhar a tal imunidade
– não acredito que se deixasse infectar para isso – podia significar perdê-la
com a própria vida. Foi depois de ter recebido uma carta aberta assinada por
quase três centenas de cientistas é que decidiu optar por outra via.
O Governo britânico foi aquele onde se verificou,
até agora, mais infectados e funciona a um terço do gás. O azar de Boris foi
seguir os conselhos do conselheiro Dominic Cummings, que também veio a testar
positivo, o qual, segundo algumas fontes, estaria por trás da extravagante tese
da infecção colectiva. Com este, mais outro “desleixado” a fazer coro com esta
tese, Mark Sedwill, secretário do gabinete, que não sei se ainda anda à procura
de ser contaminado ou se já está. Já o líder britânico não seguiu os conselhos
de Abdul Mabud Chowdhury, o médico britânico que em Março o alertou para a
falta de material de protecção entre os profissionais de saúde, e que acabou
por morrer devido ao novo coronavírus.
Isto não teria significado, se com esta treta não
atrasasse ainda mais as medidas para o combate à pandemia e ao surto vírico no
reino de Sua Majestade, soberana que tem, desde há muito, seguido o aviso – “fique
em casa”.
Outros dois responsáveis (para empregar este termo
com interrogação), os presidentes do Brasil e dos Estados Unidos, também são
dos intocáveis. Com ar de desenfado desafiam e derramam "bocas" sobre uma matéria
que nem os próprios cientistas dominam. Impulsivos que são, também me parecem, neste aspecto, inacessíveis ao raciocínio - "valha-lhes S. Silvestre e a camisa que ele veste"!
Pelo menos, estes três, não seguiram
qualquer ramo relacionado com a Medicina e Biologia, designadamente com
virologia e infecciologia, pois pela amostra como governantes, estaríamos todos
tramados!
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