Agora que me encontro dentro do horário de confinamento obrigatório, deu-me para pensar nos fenómenos que ainda se verificam, alguns por mero lapso e outros com o propósito de não haver lapso algum.
Quando, nos tais 114 concelhos que recolhem a partir de 13 H ao fim-de-semana, se determina "fique em casa", questiono qual a mensagem que passa para os Sem-Abrigo, que são pessoas como qualquer dos que têm casa. Não vislumbro nas isenções a situação deles nem vejo que seja curial aconselhá-los a ficarem na rua, porque esta é, infelizmente, a sua casa.
Paradoxos por fenómenos, dentro do período da pandemia não faltam. Depois do Entroncamento, a terra dos fenómenos dita, cujo único fenómeno é ainda lá passar o comboio do século passado, parece-me que Portugal pretende liderar a tabela dos fenómenos ao mais alto nível.
E aqui entram aqueles de "mero lapso", que só para constarem para a posteridade até merecem ficar no museu que o Dr. Pacheco Pereira tem lá para a Marmeleira (até faz rima).
Nas estatísticas da pandemia, encontraram-se 3 nonagenários homens em estado de gravidez e mais um outro nascido em 1886, ou seja, com 134 anos, sem que essa sua fasquia constasse do Guiness dos recordes. Uma omissão clamorosa. E é bem que continue.
Não sei se se pode considerar fenómeno, se tendência, mas apesar de toda a moderna tecnologia que nos rodeia e nos surpreende, parece haver grande procura por geringonças. Já há duas a circular, se bem que a mais antiga esteja a reparar na oficina.
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