Quando me chegou a notícia aos ouvidos, custou-me a acreditar. Não foi a 1 de Abril, porque é o dia das fake news, nem na sexta-feira 13, que é hoje, data excomungada que recomenda a ficar em casa sem mexer uma palha. Mas foi recente a novidade e com hipóteses de se fazer velha antes de o ser.
Houve uma grande superfície comercial, de largo espectro nacional, que pediu (melhor, exigiu) aos seus empregados para abrirem as portas às 6,30 H da manhã e ficarem com elas abertas e mãos prontas para atenderem a freguesia até às 22 H. Por pouco mais, poderiam ficar 24 horas seguidas, dado que muitos clientes apreciariam ver bocejar as meninas da caixa.
Pasmei! Mais me admirou conhecer a justificação da Casa, que previa, com tal horário, impedir as pessoas de se juntarem todas no mesmo espaço e ao mesmo tempo. Ou seja, o princípio de Arquimedes.
Eu ia escrever uma obscenidade, mas lembrei-me que
este é blog de poucos leitores mas de respeito, para ser lido por qualquer idade e em
qualquer lado, desde as salas de leitura da Biblioteca Nacional até à paragem
do eléctrico 28, se algum carteirista não se antecipou e “gamou” o telemóvel ou o tablet, que é o costume. Às 6,30 horinhas da manhã?!!
Reagiu o Primeiro-ministro e alguns autarcas da área da Grande Lisboa, 24 horas depois. Se fosse noutra altura que não esta, às 6,30H da manhã, era o horário em que muitos recolhiam à cama e incapazes de reconhecerem uma embalagem de bolachas de um detergente para a louça.
Esta pandemia não afecta apenas os pulmões - estou em crer - e os estudos subsequentes darão razão. Gostei da decisão do chefe do Governo, que pôs termo à leviandade. E eu rejubilei com a marcha-atrás da coisa elaborada pelos administradores do Pingo Doce, que não me pareceu neste caso assim tão adocicado para os trabalhadores. Se não fosse pela época que atravessamos, era capaz de fazer estralejar meia dúzia de foguetes de cana e um morteiro para salvar a queda da iniciativa.
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