segunda-feira, 16 de novembro de 2020

DE GARGALO NO AR, A VER NAVIOS


 

 Hoje, logo pela manhã, recebo através do WhatsApp e através do Polígrafo duas situações que, só por si, justificariam o título.

Uma delas, mostra um vídeo em que um indivíduo de pele escura interrompeu uma cerimónia religiosa que estava a ser transmitida em directo no Entroncamento (e escrevi há pouco sobre os fenómenos!) a gritar “Vocês têm de sair de África!”. Não deve pertencer ao movimento Black Lives Matter e não gritou Allahu Akbar, mas mostra bem que racismo e xenofobia andam por todas as cores da pele.

A outra, lida no Polígrafo, sobre a nomeação de um não diplomata, de seu nome Francisco Lacerda Machado (este apelido não lhes diz nada?), filho de Diogo Lacerda Machado, “compadre” do primeiro-ministro, como assessor para a área económica da embaixada de Portugal em Washington.

Cada um faça o seu juízo, segundo a sua raça, cor da pele ou política, que eu já fiz o meu (para mim).

Para este dia de “começo” semanal – lembro que o domingo é o primeiro dia de cada semana e, por isso, a este segundo se chama segunda feira – e porque os navios não andam no ar, a não ser na metáfora, escrevo sobre aviões.

A aviação civil está pela hora da morte, com tanto confinamento, refinamento e desapontamento pandémico. Pelos ares vão voando algumas companhias, não tantas quanto todas elas desejavam para si próprias. Pelo contrário, dizem as lendas que continuam a voar as bruxas nas suas vassouras, quiçá uma ou outra mais científica sobre um aspirador. A estas não deve ter afectado o movimento aéreo, até porque o “veículo” é do género de um lugar só, o máximo dois para alguma boleia. Como são indetectáveis nos meros radares da aviação civil (como acontece com as vacas voadoras da Geringonça), andam à vontade, não chocam com os raros aviões e não precisam de aeroporto, nem mesmo o de Beja, que parece estar às moscas, as únicas que ainda ali vão aterrando.

 Com menos aviões, sobram os aeroportos e pretendem-se mais, se bem que o de Beja já sobrava, mesmo sem pandemia. Isto significa que estas pistas, que não servem para campistas, terão um dia de ser recuperadas. Quem sabe?... Com um jeitinho podem transformar-se em circuitos de Fórmula 1, com assistência ao molho e fé em Deus, se não houver pandemias como esta.

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